A acústica dos espaços urbanos em microescala: geometria e acurácia em modelos virtuais
DOI:
https://doi.org/10.55753/aev.v33e50.88Palavras-chave:
detalhes arquitetônicos, mapa acústico, métodos ray tracing e image sourceResumo
Apesar da lacuna de pesquisas nacionais, a literatura internacional aponta diferentes modos de investigação acústica dos espaços urbanos em microescala. Algumas dessas abordagens baseiam-se na aplicação computacional da teoria da acústica geométrica, comumente utilizada para investigações em acústica de salas. Apesar do uso em comum, as interfaces da simulação computacional da propagação sonora nos espaços urbanos em microescala, como numa praça, podem ser diferentes das de um espaço fechado, como uma sala de concertos. Assim, tanto pela lacuna de estudos em microescala urbana que comparem medições in situ e simulações virtuais, quanto pela escassez de investigações acerca das diferentes posturas metodológicas na construção de modelos virtuais fundamentados em acústica geométrica de espaços urbanos abertos, o presente estudo objetiva identificar qual modelo virtual acústico, com a geometria detalhada ou simplificada (reduzida), melhor representa a realidade acústica de um espaço urbano real, verificando a sua acurácia. Para isso, foram realizadas medições acústicas in situ de um espaço urbano real na microescala de uma praça a partir da técnica da Resposta Impulsiva, e, simulações acústicas virtuais desse mesmo espaço a partir de software fundamentado em acústica geométrica. Os parâmetros investigados foram o T30, EDT e SPL. Os resultados evidenciaram que, em simulações computacionais, as recomendações aplicadas às salas não são necessariamente as mesmas para espaços urbanos. Ainda que se apliquem compensações típicas nos modelos com a geometria reduzida – como o aumento do coeficiente de espalhamento – àqueles com a geometria detalhada apresentaram maior aderência e acurácia em relação aos parâmetros medidos, melhor representando a realidade acústica do espaço urbano real.
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